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  • Dra. Ana Beatriz Matos

Quando casar, sara ?!

Atualizado: 27 de jan. de 2020


Sara mesmo? – Carta de esclarecimento sobre as cólicas menstruais Com certeza toda menina e mulher já ouviu esse ditado antes, “Quando casar, sara!”, principalmente no período pré-menstrual ou quando “desce” a fatídica menstruação de cada mês. A dismenorreia (também conhecida como cólica menstrual) é um termo que deriva do grego e significa menstruação difícil, dolorosa, sendo classificada em primária ou secundária.

A cólica menstrual caracteriza-se por uma dor leve a intensa no ventre, acompanhada de sensação de peso, e inclusive, desconforto nas costas, na região lombar. Pode ser acompanhada também de outros sintomas como sensação de peso nas pernas, sintomas gastrointestinais como diarreia, vômitos e ainda cefaleia. Em alguns casos, a dor é incapacitante e leva as mulheres ao afastamento de suas atividades diárias, como escola e trabalho.

A dismenorreia primária é a mais comum, correspondendo à 80% dos casos, e se deve à liberação de alguns mediadores inflamatórios, chamados prostaglandinas, pela camada que reveste o útero internamente. Esses mediadores causam aumento das contrações uterinas e com isso levam à dor.

A dismenorreia secundária, por sua vez, apresenta uma causa específica para a dor, patologias como a leiomiomatose, pólipos uterinos, adenomiose, endometriose, doenças que devem ser sempre investigadas pelo médico ginecologista quando a paciente apresenta cólicas.

Neste contexto, o acompanhamento com o ginecologista é essencial para diagnosticar o tipo de dismenorreia e assim definir o melhor tratamento. Isso mesmo! Não é necessário esperar o casamento para sarar a dor!

O tratamento da dismenorreia secundária é voltado para a causa do problema e pode ser clínico, à base de medicamentos ou cirúrgico, a depender do caso.

A dismenorreia primária, causa principal da cólica menstrual deve ser tratada com a associação de mudança em hábitos de vida e medicações quando necessário. Nestes casos opta-se pelo seguinte:

  • Alimentação balanceada, evitando alimentos que causem edema, como enlatados e industrializados, ricos em sódio, e que aumentam o inchaço no período pré-menstrual e também o estímulo à ingestão de produtos livres de corante e conservantes, frutas, legumes e verduras, e ainda nutrientes que ajam como anti-inflamatórios naturais;

  • Exercícios físicos regulares;

  • Uso de compressas de água quente, as quais estimulam a dilatação dos vasos no local de ação e assim ajudam no relaxamento da musculatura uterina e promovem também a dissipação dos mediadores inflamatórios.

  • AINEs (antiinflamatórios não esteroides) – principal tratamento medicamentoso, pois evita a formação das prostagladinas que causam a contração uterina.

  • Anticoncepcionais – para bloqueio do ciclo menstrual nos casos mais difíceis.

Desse modo, as mulheres não precisam sofrer com a dor, este sintoma pode ser manejado e tratado. Então, não perca tempo e agende uma consulta com o seu ginecologista, afinal mesmo as mulheres casadas sofrem com as cólicas menstruais quando não recebem o tratamento adequado.

Nos próximos textos abordarei as doenças que causam a dismenorreia (ou cólica) secundária. Dra. Ana Beatriz Matos CRM 141-427 Referências bibliográficas:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)

The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) .

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