O aumento da sensibilidade mamária e a dor mamária (também conhecida como mastalgia) são queixas comuns nos consultórios médicos e acometem cerca de 70% das mulheres em alguma fase da vida. Essa condição frequente pode interferir diretamente na vida emocional, profissional e social das mulheres, pois todo sintoma mamário traz consigo ansiedade e angústia, visto que as pacientes costumam associar tais dores ao câncer de mama.
Calma, mulherada! A dor mamária está ligada ao câncer em menos de 2% dos casos! Isso mesmo, a imensa maioria dos casos de mastalgia é benigna, sem relação com o câncer.
Afinal, o que causa essa dor nos seios?
Várias são as teorias e nenhuma delas é definitiva, contudo, acredita-se que esta dor esteja ligada aos ciclos menstruais, principalmente quando é cíclica, ocorrendo praticamente todos os meses próximo da menstruação, junto com os sintomas da Tensão Pré-menstrual.
A mastalgia também pode ser acíclica, quando a dor não é periódica e não acompanha o ciclo menstrual. Neste caso, o desconforto pode ser apenas em uma mama, localizada em apenas um ponto e irradiar para o braço, axila, pescoço etc. Pode ser causada por dor osteo muscular no tórax, dorso, uso de sutiã e top inadequados, má postura, exercícios físicos, algumas medicações, puberdade e menopausa, dentre outros.
A avaliação clínica e um exame físico criterioso realizado pelo médico mastologista são essenciais e geralmente suficientes para o diagnóstico, os exames de imagem ficam reservados às pacientes que precisem de rastreamento adicional.
O principal tratamento para a mastalgia é a orientação verbal, ou seja, após uma consulta detalhada e exame atencioso, o médico conversa com a paciente e esclarece todas as suas dúvidas, isto resolve o problema em até 90% dos casos.
A adoção de medidas como uso do sutiã adequado, dieta balanceada, hipogordurosa, prática de exercícios físicos, adequação da postura contribuem para a melhora da dor. E terapia medicamentosa também pode ser prescrita pelo médico para casos selecionados.
Então mulheres, caso a dor nas mamas esteja atrapalhando seu dia a dia, consulte o mastologista!
Dra. Ana Beatriz Matos
CRM 141-427
Referências:
1- Frasson A, Millen E, Novita et al. Doenças da mama: Guia de Bolso baseado em evidências. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
2- Boff, RA. Manual de diagnóstico e terapêutica em Mastologia. Caxias do Sul: Mesa Redonda, 2008.
3- National Institute of Health. Breast pain. http://www.nationalbreastcancer.org/breast-pain. Acessado em 10/09/2016